a sociedade (burguesa) brasileira está alarmada. assistiu Tropa de Elite e viu bandidos malvadões convivendo com os filhos. descobriu que são os próprios rebentos que financiam o tráfico de drogas.
- quem poderá nos defender? - Perguntou a dondoca dourada de bijouterias (para enganar futuros maridos ricos e/ou assaltantes).
Chapolin Colorado informou que condena a ação torturadora do Bope (um Doi-Codi modernizado). Sobrou para para a justiça brasileira, por isso, a vaca foi pro brejo e avisou que de lá não sai, pois "nesse pardiero, só bovino fica preso".
a dondoca, então, apelou aos políticos.
- Quantos tropas de elite serão necessárias para acabar a bandidagem?
nenhum quis responder, oras, por que dariam pistas sobre o auto-extermínio? contudo, os donos do poder lembraram-se muito bem da década de 1920 no EUA, em que a bebida alcólica foi proibida. o argumento? bem, diziam que era ruim para o povo. os oportunistas se uniram e iniciaram uma rota de tráfico. foi época da maior influência criminosa na política, essas organizações só se mantinham livres com o apoio das facções legislativas corruptas.
liberaram novamente o goró. o argumento? bem, diziam que não dava para reprimir. em contrapartida, resolveram proibir outros produtos que eram "ruins para o povo". um deles era a maconha, afinal, era perturbadora a disseminação da tal erva trazida por negros pobre entre os "americanos brancos e livres". o álcool, ao menos, seria controlado pelas grandes corporações, que contribuíam vultuosamente às campanhas políticas. a cannabis não traria lucro, portanto, era ruim.
o capitão nascimento, herói dos desinformados, atribui todos os problemas dos morros cariocas ao boyzinho que aperta um cigarrinho do capeta. esquece-se, entretanto, que o pai do boyzinho é um corrupto que contribui muito mais para a violência social através do desvio de verbas públicas. deixa de ver, também, o obtuso capitão, que sua batalha jamais terá resultado sem outras ações de Estado que corroborem a vontade de impedir que o dinheiro angariado por bandidos disfarçados de traficantes possa ser utilizado para o municiamente de máfias violentas. não basta prender, tem que haver uma estrutura para redirecionar a dinâmica entre traficantes, usuários e a indiferença social.
a dondoca, assustada, pois sabe que o filho faz "aviãozinho" para os amigos, ou seja, compra maconha no morro e repassa aos colegas, tem medo que ele seja confundido com um bandido. segundo ela, o filho é apenas viciado. pior mesmo era o pai do moleque, um verdadeiro canalha, que enchia a cara e dava na fuça da mulher. ela acha que deveriam saber diferenciar um drogado de bem de um bêbado do mal. ou um bandido assaltante sacana de um traficante aviãozinho tolo. "quem sabe um Cadastro Único? - bastaria pedir: mostre o CU..."
no fim, nossos chapolins colorados, os tolos comandantes que travam "guerras santas" contra contrabandistas de droas protegidos e apoiados pela conivência social, tentam limpar a sala escondendo a sujeira debaixo do tapete. não dá: já existem cadáveres demais e soluções de menos.
afinal, por que as drogas são proibidas mesmo?
2 comentários:
Gostei da crítica! Sinceramente, olhando por este prisma é fácil e necessário defender a legalização da maconha....acho que não foi isso que tu tentou fazer...ai mas eu vou continuar´por este caminho...mas pense nos impostos que os políticos ordinários colocariam em cima!
Não fumo maconha, não condeno quem fuma...cada um cada um...e acho que muito da legalização passa pela educação do povo....se eu fosse fumante de maconha, com certeza passaria o dia inteiro chapada, totalmente sem noção...entende!Analisando a questão da violência, acho importante legalizar!
Bom fiquei falando, falando e na verdade vim aqui te fazer um convite para o blog de poesias que criei faz pouco! O link está no meu blog, ainda não gravei..bom, convite feito!
beijos
"(...)o capitão nascimento, herói dos desinformados, atribui todos os problemas dos morros cariocas ao boyzinho que aperta um cigarrinho do capeta. esquece-se, entretanto, que o pai do boyzinho é um corrupto que contribui muito mais para a violência social através do desvio de verbas públicas(...)"
Caramba, estava conversando com meu marido sobre isso hoje. Eu contava para ele a raiva que senti quando no ônibus, presenciei dois garotos de rua conversando abertamente que "estavam afim" de assaltar alguém quando descessem. Meu marido falou: "também sentiria raiva disso, mas você sentir mais repulsa daqueles que podem mudar isso e não o fazem." É verdade, mas confesso que é difícil pensar dessa forma quando no dia-dia estamos tão perto de levar uma facada ou um tiro voltando para casa.
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