domingo, 29 de julho de 2007

A palma da mão branca

A palma clara da mão
faz do homem irmão
e esbofeteia com precisão

Em todos é branca
mas a igualdade manca
falta a unidade franca

Esta branca mão
é paz
ou rendição?

quinta-feira, 26 de julho de 2007

sombrio

"registrando"
Gabriel Impaglione, da Argentina, que edita o Isla Negra, botou umas coisas minhas por . Fera. Adoro comungar com os hermanos latinoamericanos.
O Arcano Soturno, do Sombrias Escrituras, até abriu uma página só para as coisas do Mão Branca. O lugar é bem bacana, tem um zine impresso e tudo o mais. Vale a pena conhecer.

terça-feira, 24 de julho de 2007

anjo

"registrando"
só vi agora: tô lá no Anjos de Prata com o conto O Buraco do Azeite, que em breve sairá como uma HQ desenhada por Rafael Pereira. fera.
ah, o bar do escritor, a comunidade de literatura mais ativa do iorgut, tá no Overmundo. confira.

sexta-feira, 13 de julho de 2007

tantos lugares

A literatura obscura de Mão Branca em quatro lugares bacanas: Boteco do Tulípio (do Eduardo Rodrigues), a Escrevinhadora (de Dóris Fleury), site Balela (com meu alterego) e o blog Manufatura (com o conto A vingança de Anabela). Visite - se quiser, é claro (anarquia sempre).
Além, é claro, do Bar do Escritor (com o conto Os ultracaras).

sábado, 7 de julho de 2007

Não me importo com os brasileiros

Minha azia atacou, eu lia as notícias matinais na privada. Lugar perfeito para tanta merda: corrupção, descaso, roubo, falta de vergonha. O estômago repuxou. Pensei no povo:

- Desisto.

A azia provocada pela ansiedade de um Brasil melhor sumiu. Assim, magicamente, na hora que entendi que a responsável pela manutenção da própria desgraça é a população.

O voto, para mim, um anarquista, é a expressão da dominação oligárquica através do sistema democrático. Com a obrigatoriedade os cidadãos acabam concedendo a alguém a sua anuência ao governo. Numa sociedade basicamente analfabeta (para não dizer ignorante), as manipulações econômicas são evidentes. Resta aos instruídos e excluídos da pilantragem (claro) a triste aceitação passiva.

- Sim, passiva, senão me ataca a azia.

Contudo, conhecendo melhor o povo, vê-se que ele não é um Grande Otelo mas um Mané Garrincha. O Otelo mostrava-se malandro, fugia dos problemas por cima, porém deixava claro que só é feliz quem é correto. O Mané, em seus prazeres parecia abobalhado, gostava da simplicidade, mas era um sedutor arguto e beberrão incorrigível. Fingia-se tolo para ser perdoado. Dava um jeitinho. Igual ao povo.

A troca do voto por qualquer favorecimento pessoal é responsável pela existência da trupe de peraltas que urubuzam o estado brasileiro, restando aos cidadãos contentarem-se com as réstias da lavagem.

Mesmo a venda do voto em troca da comida, ainda esta, é um ato execrável. “Você come, mas condena seus filhos à fome” diria um sábio.

É a concordância com a roubalheira, a corrupção, a indolência, a hipocrisia dos governantes. É como se participasse de toda a libertinagem, porém, curiosamente, o espólio não surgisse, permanecendo nas mãos dos donos do poder. Nem a isso presta o povo: continua pobre enquanto enriquece os sacanas.

Em Atenas, o voto era comum a todos os cidadãos (homens, adultos e gregos), 2% da população. O resto, a plebe, esta permanecia sob o jugo dos democratas. O curioso é que os debates ferrenhos conquistavam quase metade das partes para cada lado, com o destino sendo decidido pelo decisivo voto de poucos. Assim, quase a metade (dos cidadãos, sem contar a plebe) deveria aceitar o que pouco mais da outra metade decidiu. Que raio de igualdade é esta que tantos devem aceitar o que poucos escolheram? Por que, aliás, todos devem ser iguais?

Talvez, nos tempos gregos, com a tecnologia do aço apenas, os filósofos não conseguissem vislumbrar uma sociedade em que cada cidadão tivesse sua importância baseada naquilo que ele devolve a esta sociedade em forma de trabalho, impostos, participação e outros fatores subjetivos. Será que este cidadão, hoje, após a revolução digital, deveria ser obrigado a aceitar a decisão de um grupo que pensa diferentemente de si ou, talvez, pudesse ter suas impressões respeitadas para seguir um curso paralelo?

A azia. Parei com tanta filosofia.

- O povo é burro. – Lembrei-me.

Ele jamais entenderia que tem nas mãos a capacidade para mudar o próprio destino. Nem tentaria explicar que a anulação do voto é a forma precípua de informar aos legisladores que não queremos mais este sistema formal e ultrapassado, além de execrar os candidatos partícipes da bandalheira pútrida do nosso governo. Me forcei, contudo, a aceitar que o povão não entenderia que simplesmente votando em pessoas desvinculadas de qualquer interesse corporativo eles alterariam o curso corrompido do sistema existente.

Sim, ainda sonho em ver os brasileiros colocando a própria gente nos cargos de relevância, para organizar esse trem pensando no bem de todos. Não quero mais ver o esfacelamento do poder pela simples incompetência dos governantes. Basta da corrupção de inaptos.

A azia.

- O povo é burro ou se faz de burro – Disfarcei para mim mesmo. – querendo dar um jeitinho...- Respirei fundo, tentei me controlar, mas acabei gritando: - a prova que realmente é burro!

Oras, não percebe que corroborando o sistema vigente jamais será patrão, nunca deixará de ser empregado.

- Não me importo com os brasileiros! – Menti em voz alta. Me senti melhor, mais calmo, o estômago ficou frio. Preparei-me para o dia e sai. Sem puxar a descarga, afinal, sou brasileiro: não me livro da merda.

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Em Apoenicos e Livro Aberto também.

terça-feira, 3 de julho de 2007

War literário

Veja o mapa da ClustrMaps à direita neste blog. Os pontos vermelhos foram os locais de acessos a esta página. Muito legal saber de onde estão lendo minhas coisas. Aqui tem um Atlas jóia.
Meu objetivo agora é ser lido do Alaska, da India, de Moçambique e de Marrocos. Ja "conquistei" Japão, Coréia do Norte, China, Israel (?) e Angola (entre outros). Ehehehe. E viva a anárquica InterNerd.
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Domigão passado com a literatura obscura de Mão Branca:
- um herói do roquenrou, uma reviravolta, uma surpresa. uma (ou duas) dúvidas.
conheça os Ultracaras no Bar do Escritor.
- no site de crônicas de brasília, o Crônica Candanga, com As pessoas andam em Brasília.