quinta-feira, 28 de junho de 2007

Puro Gama

Em meio às árvores retorcidas
Do planalto escarpado
No profundo púrpura do céu de Brasília
Vem o periquito do cerrado

Trazendo conquista e esperança
Voando alto, onde alcança a vista
Orgulhando meu peito
Em pujança

O Gama é o
nosso povo

teus torcedores em bando
tão fiel e forte como unido
seguiremos te cantando
nosso brado em alarido

O Gamão é o
Nosso amor



Brado - grito
Alarido - algazarra
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O amigo Vinícius publicou Puro Gama no site Gamagol e ainda fez um belo papel de parede com ela. Visitem!

quinta-feira, 21 de junho de 2007

Revistando


Tô lá na Revista Muro e também na Revista Lasanha. Ambas muito legais e cheias de gentes boas.

terça-feira, 19 de junho de 2007

Imita a Gretchen

Nas brincadeiras infantis das décadas de 70 e 80 era a prenda mais temida. Qualquer erro, a mínima derrota, o reles tropeço já era motivo para a punição:
- Imita a Gretchen! – Gritava a molecada.
E lá ia o infeliz rebolar e cantar “conga la conga” na frente da trupe. Nas mais ferozes, o dançarino ainda tinha que colocar as mãos na cabeça e as esfregar pelo corpo, num contorcionismo pretensamente sensual.
Até as meninas eram obrigadas a imitar a Gretchen, deixando claro que era também ridículo para elas a atuação.
Ninguém gostava de imitar a Gretchen. Ninguém gostava da Gretchen. Mas ela estava lá, na tv, para todo mundo ver e ouvir. Qual o interesse do público em um artista como ela, evidentemente má cantora e notadamente feia? O que se acrescia às artes expondo a bunda da moça? Obviamente nada, porém os empresários que a cercavam conseguiram muito crédito vendendo um produto de qualidade inexistente a um público ávido por consumir a arte nacional.
As manipulações mercantis garantiram à Gretchen e seus promotores uma boa féria, restando à cultura o lixo passageiro, afinal, suas músicas não resistiram nem à próxima estação. Ao povo sobrou a brincadeira: - Imita a Gretchen!
Porém, o conceito permanece. Não bastassem as carlas peres, sheilas e rouges (estas não rebolavam mas eram também estranhas), até hoje convivemos com a imposição dos gostos dos donos dos meios de comunicação. Ainda somos bombardeados a consumir produtos que não temos a mínima proximidade. Exemplo: fórmula 1.
Alguém conhece pessoalmente algum piloto profissional de automobilismo? Participa de algum campeonato de corridas de carro? Gosta realmente de correr a 300 km/h?
Mesmo que as 3 respostas sejam positivas, ainda há a principal: por que gosta mais de fórmula 1 do que da fórmula indi, sendo esta muito mais competitiva, interessante, organizada e segura?
A resposta aparece quase todo domingo na tv Globo, na forma de uma efusiva competição entre... empresas automobilísticas milionárias e pilotos filhinhos ricos de papais playboys? Quem, cônscio e opinativo, apreciaria isso? Certamente se o espectador nunca tivesse contato com tal competição, ao assisti-la pela primeira vez, a estranhasse como se hoje visse a pitoresca corrida de “perseguição ao queijo morro abaixo” que acontece na Europa.
Somos tristes cordeiros conduzidos coercitivamente em direção dos interesses da indústria cultural, e como toda indústria sua meta é o lucro e não a responsabilidade social, ou qualquer outro conceito que exima algumas pessoas de escolher por todas as outras.
Há escapatória? Sim, a internerd (mas isso é outro assunto).
No último domingo eu apareceria numa matéria sobre literatura. Coincidiu de ser exatamente no momento da chegada numa corrida. Mudei o canal e a turba chiou – estávamos na casa de um tio. Falei que eu iria aparecer na tv.
- Mas eu quero ver a corrida. – Reclamou o Darse, velho amigo de meu pai.
- Espere um pouco... – Pedi. – Eu vou aparecer.
- A corrida. – Esbravejou.
- Tá. – Olhei para ele. – Mas antes imita a Gretchen.
Ele não entendeu. E eu também não tive paciência de explicar, afinal, ele gostava de fórmula 1 e provavelmente imitava o equivalente da Gretchen de seu tempo. A Vanusa, talvez.

domingo, 17 de junho de 2007

Bar do Escritor na RedeTV

O BAR DO ESCRITOR, a comunidade de literatura mais ativa do iorGut (e que foi criada por mim, hehehe), será matéria do programa Olhar Digital desse domingo, dia 17/06, às 15h30 na Rede TV (em Brasília é o canal 06 da tv aberta). Depois desse horário, assista pela internet em www.olhardigital.com.br.
O BDE é um lugar anárquico e sincero, tendo nas críticas embasadas sua verdadeira vocação. só posta lá seus textos quem tem coragem, é louco ou acredita nas suas próprias letras.
Nosso bar ficou tão frequentado que cresceu para um BLOG e um EZINE. E em breve será um livreto.

sábado, 16 de junho de 2007

Reaja

Sem grana pro ônibus, resolvi caminhar de volta para casa. Atravessava o gigantesco gramado da Esplanada imaginando como alcancei tanto fracasso profissional. Talvez por odiar tudo o que fiz, talvez por desacreditar no sistema capitalista sectário. A cabeça, quente do sol, pulsava de preocupação.
Avistei três rapazes vindo ao meu encontro. Estranho. Um branquelo com gel no cabelo loiro se adiantou.
- Assalto! - Um canivete surgiu.
Analisei-os. Além do alemão, os outros também tinham uns 20 anos e o maior uns 70 quilos. Pareciam nervosos. Estavam todos na minha frente, o primeiro erro.
- Pegou o cara errado, negão. - Pedi calma com a mão esquerda e com a direita achei as chaves no bolso. O chaveiro era o meu canivete. - Não tenho dinheiro.
- Dane-se. Passa a carteira! - Falou o alemão. Era o líder.
Há anos eu não era assaltado, desde que cresci. Agora, com 1.82 metros e 88 quilos, os bandidos sempre escolhiam outro alguém menor, por segurança.
Num confronto contra vários adversários o primeiro ato deve ser a eliminação sumária de um deles: se desarmados, o mais forte; se armados, o mais fraco.
Puxei o canivete e avancei no sujeito mais próximo, abrindo um talho em seu braço. Sangrando ele dificilmente ajudaria os comparsas no resto da briga.
Encarei os restantes. Continuavam na minha frente, o mesmo erro. Se atacassem separados teriam a vantagem numérica, daquele jeito eram galinhas mortas.
Afastei-me enquanto o ferido era socorrido, outro erro. Esperaram meu próximo passo. Abaixei-me até uns pedregulhos. Zuni um no rosto do alemão, que se protegeu com o braço. Arremessei outro nas costas do mala de 70 quilos. Joguei ainda outras pedras, mas passaram longe dos alvos que fugiam correndo pelo gramado. Até pensei em persegui-los, mas ficaria suado. E se os alcançasse, o que faria? Não poderia matá-los à luz do dia no meio de Brasília.
Limpei o canivete com as folhas de uma árvore. Sangue de malandro merece atenção, quase sempre é contaminado. Voltei à caminhada e às preocupações. Minha carteira vazia continuava no meu bolso.
A cabeça ficou mais quente ao pensar nas reprimendas que levaria ao contar que reagi a um assalto. Cartilhas da polícia diziam para nunca atacar os assaltantes, o governo recrudesceu o desarmamento dos cidadãos e a bandidagem se organizou, mantendo suas armas ilegais e regozijando-se da instrução policial, afinal, facilitava para eles o povo acovardar-se como ratos. Tudo contribuía para a população sofrer como o Jerry nas mãos do Tom.
Esqueceram-se, contudo, que o esperto ratinho quase sempre se dava bem ao final do desenho. Ele reagia! Oras, aceitar docemente agressões é uma atitude política daqueles que desejam favores após uma ingrizia, uma síndrome de Estocolmo simplificada, é estupidez, o mesmo que agradecer o roubo.
Ouvi uma pedra quicar ao meu lado, procurei sua origem e vi que os salafrários voltavam ensandecidos e munidos de paus. Não deviam estar acostumados a reações, sentiam-se humilhados.
Resolvi reagir novamente: corri tão rápido quanto pude. Sabia que vencera o primeiro embate por conta da surpresa, no segundo talvez me estrepasse.
Sim, reagir era a solução. Nada de esperar as coisas se acertarem com o tempo. Eu tinha que reorganizar minha vida e arrumar um ofício que me desse satisfação, além de dinheiro suficiente. Andar a pé já estava perigoso.

sábado, 9 de junho de 2007

Gamão do Povão

Assumindo meu amor ao Gamão do Povão, minha crônica Rivalidade Candanga estará no Gamagol a partir de amanhã, dia 09/06.
Mostro, tb, o site Inferno Verde (que tá cheio de erros), Ira Gama (para deixar um recado aos torcedores) e o novo Blogama, que tb postou a crônica.
Ah, o Gamagol é o site oficial do Gama.

- E dá-lhe Gamaaaa... com muito orgulho e com muito amor... viva o PERIQUITO DO CERRADO!

quinta-feira, 7 de junho de 2007

Rock, poesia e zumbis.

Música boa tem poesia, não há como se apoiar apenas nos sons, mesmo que eles sejam do bom e velho rock'n roll.
- O rock é música boa e poesia ruim! - Sentencia há muito meu pai, roqueiro sábio.
E ele tem razão. Por isso reverencio quando conheço uma banda com boa poesia. também a divulgo, principalmente para agraciar os amigos e admiradores.
Se o rock pulsa na veia no mesmo ritmo que a bateria vibra no coração, há o caudaloso turbilhão sonoro que delicia aqueles de espírito jovem. É o puro êxtase ouvir um bom rock. Conheçam Exxótica.
Vida é a minha preferida. Uma espécie de tente outra vez mais hard. Eu mesmo também é ótima, trata de auto-conhecimento. Uau, rock com conteúdo.
Os caras tem cancha, fazem cover do Kiss há tempos, sabem unir o peso da guitarra com duas vozes e boas frases. Simplesmente empolgante!

A poesia é anti-econômica. E por isso a mais autêntica arte. Poesia não se vende, portanto não se rende ao mercado. tudo livre ao inspirado, que poeta sem vender para vencer. Hehehe.
Poesia tá em tudo.
Conheci o Anderson H pela interNerd, ou melhor, não conheci, só o li. Ele é um poeta diferenciado. Dos bons. Chamei-o de lado e perguntei:
- Cara, não quer que eu edite um ebook para você?
Está
aqui o resutado. Divirta-se.

Em Breve: Estrada para o Infinito - entre mortos-vivos e amazonas.

O que você sonha antes de dormir? Já sonhou com mortos-vivos?

Num mundo dominado por zumbis, em que a moto é a sua única companhia, um problema numa noite quente. O dia seguinte revelará o perigo sedutor da Vila das Amazonas.


Enquanto isso: conheça o Zombie Walk Brasília 2007 , o dia em que os mortos andarão na capital da res pública. Participe.







A terceira rodada do Ezine de Literatura Bar do Escritor está no ar. Em 12/06 a quarta rodada e em 20/06 a edição especial HISTÓRIAS DO BAR!

quarta-feira, 6 de junho de 2007

Pára o tempo


Ai, pára o tempo
por favor
que eu quero descer
daqui.

Pára, agora
já é hora de fugir
num guento mais
aqui.

Eu pedi pára
porra
pára

o que vou fazer
se seguir?